Só não se perca ao entrar no meu infinito particular...
sábado, 30 de outubro de 2010
Caioo
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Um amor asfixiado
Amantes vivem uma paixão temperada pelo anonimato. Os encontros escondidos, o segredo unindo os dois, o receio de um flagra, a excitação de estar fazendo algo oficialmente ilegítimo: uma aventura. É como ser personagem de um filme B, a luxúria assumindo o comando, a vida privada ainda mais privada do que normalmente costuma ser. A coragem de abraçar o pecado, desafiando uma sociedade que adora apontar o dedo para aqueles que ousam mais do que outros.
A despeito do que possa haver de culpa numa relação assim e de toda a logística para colocar em prática a operação semanal, para eles compensa. Até que um dia os encontros se banalizam, como tudo que sofre a ação do tempo. O que era excitante passa a entrar para a rotina, e o sexo, estrela principal desse espetáculo, já não basta. Passa-se a requerer o que se requer em todas as relações: a confirmação pública de sua existência.
A ideia de um amor e uma cabana é uma idealização que não se sustenta. Queremos o ninho, mas também queremos voar juntos. Sempre que saímos pra rua, nós conhecemos novas pessoas, lugares, sensações. Tem graça estando sozinho? Podemos compartilhar nossas descobertas com nosso amor através do telefone, mas muito melhor é quando a pessoa que diz estar ao nosso lado está de fato ao nosso lado, não apenas metaforicamente
Quando dizemos “tenho alguém”, não se está propagando o sentimento de posse como quando dizemos “tenho um carro” ou “tenho um iPod”. Ter alguém significa ter companhia para o teatro, o cinema, os jantares entre amigos, as caminhadas de sábado. Ter com quem desabafar quando a angústia aperta, ter com quem dançar, ter com quem viajar, ter com quem dividir os momentos de prazer e também as indiadas, ter com quem trocar um olhar cúmplice em meio à multidão, ter com quem praticar um esporte, comprar condimentos para cozinhar à noite, escolher um DVD, reclamar das coisas que não deram certo, pedir uma carona no final do expediente, fazer uma surpresa.
Por mais que se diga que a tecnologia aproxima as pessoas, você não exercita a convivência por e-mail ou qualquer outra ferramenta virtual, e mesmo o telefone é paliativo: minimiza a distância, mas não reforça o vínculo. Viver junto é junto mesmo.
Não estou levantando a bandeira do grude, bem sei como é importante uma área de respiro, mas estamos falando de ligações em que a presença física é raridade, daqueles casais que só frequentam endereços secretos, uma ou duas vezes por semana. Que não conhecem os amigos e o local de trabalho de quem dizem amar. Que reservam para seus raros encontros a lingerie mais bonita e as palavras mais doces, mas que não abrem janelas, desligam o celular, deixam a porta trancada. Um caso. Um affair. Um microcosmo onde só cabem dois habitantes.
Romântico, pulsante, febril, mas chega uma hora que asfixia. Sair do casulo, namorar ao ar livre, testemunhar as reações um do outro diante dos acontecimentos mundanos, tudo isso me parece mais divertido: uma relação a dois e múltipla ao mesmo tempo. O que reforça a intimidade é ter o que compartilhar, não o que esconder.
Martha Medeiros
sábado, 23 de outubro de 2010
No começo eu achei que fosse me perder, afinal estávamos um tempo razoável juntos para de repente terminar sem nenhum motivo aparente, quando você acha que nada pode te impedir de ser feliz com tal pessoa você erra, porque sempre existe algum motivo. No primeiro instante que você tocou no assunto de tempo eu fiquei sem razão, como assim tempo? E esse tempo todo comigo não valeu nada?
Sua justificativa não foi das melhores, saber como é ficar sem mim não é exatamente a melhor coisa que você quer ouvir no aniversário de namoro, eu deixei bem claro que se você saísse por aquela porta eu não iria mais querer saber de você, porque comigo é só uma vez, e mesmo assim você insistiu que precisava ficar só, eu não acreditei, mas eu senti que uma mudança repentina só podia ser outra na vida dele, e então ele partiu sem olhar para trás, no mesmo instante que fui dormir eu pensei eu um homem que vota na Dilma porque a mãe manda não merece o meu amor, no dia seguinte eu me vi tão feliz sem ele, e que existe tantas coisas ainda para serem vista, e vividas, que perder meu tempo com ele não era mais necessário, e assim acabou mais uma história que era para ser de amor, mas virou só mais um cara para eu evitar nas próximas vindas.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Já estou ciente da minha realidade, meu príncipe nunca vai chegar em um cavalo branco galopando, e fugindo da bruxa malvada para ir atrás do meu amor, eu sei que a realidade é bem diferente o máximo que vai acontecer é ele chegar de gol branco, me convidando para um chop à noite para nos conhecermos melhor, e a mãe dele enchendo o saco. Oh vida, se ele pelo menos for inteligente, companheiro e beijar bem, eu encaro a mãe chata.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Cá entre nóis, se tem uma coisa que me deixa irritada, é o fato de tacharem as mulheres como santas, meus amiguinhos sinto muito em lhe dizer, mas isso não existe. Uma mulher santa é aquela que abre mão da própria opinião para concordar com o homem? Que quando o homem sai, ela fica em casa só esperando ele chegar do trabalho? Aquela que não olha para nenhum homem? Que diz ter sido o atual o único e primeiro de toda a vida dela? Que saias curtas não existe no guarda-roupa dela? Que vive rezando? É meu amigo você está ferrado em levar essas coisas em conta...
Existe mulheres que fazem o que querem e não ligam para o que os homens pensam sem deixar de ser boa por causa disso. Aquela garotinha linda da firma que pegou tantos caras em um dia, é tão inteligente, legal e bonita, mas tão fácil, é isso que você pensa certo? É, pode ser, mas pode ser também que ela simplesmente não vai deixar de fazer o que sente vontade só por medo do que os outros pensam, é uma mulher incrível e ainda por cima faz o quer, olha só isso sim é mulher de verdade!
domingo, 17 de outubro de 2010
Romântica pra cacete
E o que um bonitão que só quer te comer pode ter de melhor? Bom, eu poderia fazer uma lista. Mas a droga do romance estraga tudo isso, a droga dos filmes românticos nos enganam como as propagandas de cerveja que enchem de gostosas os babacas segurando um copinho. Por que raios a gente tem de romantizar qualquer demonstração de carinho de um homem se na maioria dos casos eles só querem nos comer? E por que ficamos tão putas se eles apenas nos comem e caem fora? Quem disse que eles são obrigados a nos amar eternamente só porque conheceram de perto a nossa beleza interior? Que mal há em sermos gostosas e os homens quererem nos comer?Por que isso parece ofensivo? Por que nos sentimos usadas se ambos estão lá de livre e espontânea vontade?
Eu tento, juro que tento. Mas a droga do romance não me deixa em paz. Eu não tenho mais idade para ficar morrendo de vontade de dar para um cara e ficar enrolando até ouvir juras de amor. Eu vou lá, mato minha vontade, tomo um belo banho, volto independente e resolvida pra casa e acordo no dia seguinte morrendo de vontade de ganhar flores, receber ligações românticas e promessas eternas. Conscientemente eu sei que nem todos os caras querem namorar comigo, e mais conscientemente ainda eu sei que eu também não quero namorar com a maioria deles. Mas lá dentro fica a dúvida: será que fui usada? Da onde vem esse sentimento fraco e submisso de que numa relação sexual o homem é o dominante que come e a mulher a coitada que é comida?Claro que tem os babacas que nos fazem sentir assim, não se preocupam com o nosso prazer. Mas tirando esses babacas, por que um homem que te trata bem, te come direito, com carinho, com respeito e depois não quer namorar com você, te ofende?
A vida é complicada. E a vida é complicada porque nós mulheres romantizamos tudo, ou quase tudo. Ou justamente o que não deveríamos. A gente faz planos mesmo em cima dos silêncios deles. A gente vê olhares de amor no mais puro olhar de tesão. A gente acaba de trepar e é batata: deita no peito deles! Ah, o romance! Mulher que é mulher não consegue fugir de um. Você pode até levantar apressada, fumar um cigarro, olhar a janela. Você pode disfarçar. Mas lá no fundo, bem escondido, estão seus sonhos de entrar de branco numa igreja e ver lá na frente aquele homem para quem você acabou de dar. Você vai para o banho super senhora de si, mas enquanto a água escorre levando restos de células esfregadas e sêmens, você fica na dúvida entre se ele vai ligar no dia seguinte e o nome dos filhos. Será que ele vai ter os olhos do pai?
Eu cansei de ser assim, por que não consigo ver os homens como diversão se eles conseguem tão facilmente nos ver assim? Por que não posso aceitar que nem tudo é romance? Aonde está você pelo amor de Deus! Aonde está você? Não vê que estou cansada de pertencer a todos e não ser de ninguém? Não vê que na loucura de te encontrar não meço as entregas? E elas nunca são entregas porque eles nunca são você. Porque comecei este texto tão bem e mais uma vez esqueci de ser a mulher moderna que eu tanto gostaria de ser para lembrar a mulher romântica que espera por você a cada esquina, a cada decote, a cada riso nervoso que solto em forma de grito à espera do seu socorro.
Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas que fingem ser você para vulgarizar o meu amor. O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia. Eu posso transar no primeiro encontro, eu posso transar por transar. Eu posso trepar. Eu posso deixar você não me beijar na boca. Eu posso aceitar que você nunca me leve de mãos dadas a um cinema. Eu posso ser uma noite e nada demais. Eu posso ser um banheiro e nada mais. Eu posso ser nada mais. Mas eu nunca, em nenhum momento, deixo de romantizar a vida, cada segundo, por mais podre que seja, dela. Eu nunca deixo de procurar você. Eu nunca deixo de acreditar que você exista, e eu nunca deixo de acreditar que você faz o mesmo a minha espera.
Tati Bernardi.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Rani Ghazzaoui
Ao te encontrar na porta de um bar qualquer, você me convidaria para tomar aquela minha bebida favorita , meu coração pulsaria mais forte por você e a vontade de te beijar e cair nos teus braços fosse maior que eu.Talvez isso aconteça, nunca se sabe, mas hoje o mínimo que posso te ofereçer é meu carinho sem amor. Seria mas fácil eu curar minha carência com você ou esquecer dele no teu colo. Mas não consigo, e nem quero se o preço de tudo isso é criar em você a ilusão de um sentimento que eu não sinto. E olhe que eu tentei, tentei muito, mas meu coração é teimoso e construiu um muro entre minha amizade e seu amor. Ele não suporta o teu jeito, não suporta o seu cabelo estilo bagunçado, seus ciúmes, manias, não suporta a maneira irritante que insiste em encostar seus lábios nos meus, enquanto o que eu quero é distância ,e seu olhar profundo que me encara quando eu tento desviar o meu olhar, me fazendo sentir tão frágil diante de você. Prefiro continuar não suportando, do que me ver totalmente dependente de você .
E eu acho que você é como um doce, que me chamou a atenção pela cobertura mais enjoei do recheio.E talvez meu coração seja só puro demais, intocavél e imaturo. Quem sabe um dia ele amadureça e pare de gostar de quem não me quer.Só assim poderei aceitar o que você pode me dar,só assim te encontrarei naquele bar,mesmo que seja tarde,você tenha cansado de esperar e eu já tenha te perdido.
Fernanda Lima
Eu não quereria como parceiro de vida quem não pudesse querer como amigo. E amigos fazem parte de meus alicerces emocionais: são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu.
Falo daquela pessoa para quem posso telefonar não importa onde ela esteja, nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer: 'Estou mal, preciso de você'. E ele ou ela estará comigo, pegando um carro, um avião, correndo alguns quarteirões a pé, ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for.
Lya Luft.
Tati Bernardi
- Tati Bernardi