Só não se perca ao entrar no meu infinito particular...

Só não se perca ao entrar no meu infinito particular...

quinta-feira, 24 de março de 2011

=(

Ela não entende quando eu digo que gosto dela, que ela é tudo que eu sempre quis, que apareceu no momento certo, me salvou de uma imensa torre que eu mesma criei como refugio disso que chamamos de amor, eu quero fazer ela acreditar, mas parece que é inútil, parece que não tenho força para mostrar isso, e cada vez mais, ela vai fugindo de mim e desistindo de subir nessa torre besta, eu queria que ela continuasse, mas como dizer isso a ela, quando nem ouvir ela me ouve? Parece que tudo que eu falo é inútil, a moça que não é burra nem nada, está ignorando algo que está bem na frente dela, a vontade que eu tenho é de sacudi-la e dizer -Você quer fugir comigo?. Sim eu fugiria com você, só com você e isso não é o suficiente? Ela disse que estou perdendo ela, e eu não quero perder ela, ela é diferente de tudo que já me aconteceu e sem ela eu penso que não conseguirei sair dessa torre, não desista de mim, eu não vou quero e nem vou desistir de você.
Rolava e rolava na cama pensando "Meus Deus, será mesmo que tem gente que nasceu pra ser sozinho?" E cada vez tinha mais certeza, tem gente que nasce sem alma gêmea mesmo.

De Vita para Violet II

Eu quero você a cada segundo e cada hora do dia, ainda estou a ser lenta e inexoravelmente ligada a outra pessoa... Às vezes, sou inundada por uma agonia do desejo físico para você... Um desejo por sua proximidade e do seu toque. Em outras vezes eu sinto que eu deveria estar muito contente se eu pudesse ouvir o som de sua voz. Eu tento é tão difícil imaginar seus lábios nos meus. Nunca houve um tal lamentável imaginar .... Darling seja lá o que pode custar-nos, chinday tiri [mãe Vita] não serão cruzadas com você. Suponho que esse engajamento ridículo irá definir sua mente em repouso... Nada e ninguém no mundo poderiam matar o amor que tenho por você. Eu entreguei minha individualidade toda, a essência do meu ser para você. Eu lhe dei meu corpo tempo após o tempo a tratar como você o prazer, a lágrima em pedaços, como se tivesse sido a sua vontade. Todos os painéis da minha imaginação eu pus a nu para você. Não há um recesso no meu cérebro em que você não tenha penetrado.Fui fiel a você, acariciei você e dormi com você, e gostaria de proclamar ao mundo inteiro todo meu afeto a você.... Você é minha amante e eu sou seu amante, e reinos e impérios e os governos vacilaram e sucumbiram perante agora essa combinação poderosa - a mais poderosa do mundo.

De Vita para Violet

.Meus dias são consumidos por esta impotente ânsia de você, e minhas noites são crivadas de sonhos insuportáveis...Eu quero você. Quero você avidamente, freneticamente, apaixonadamente. Estou faminta de você, se é que você deve saber disso. Não somente do seu físico, mas de seu companheirismo, sua simpatia, os inúmeros pontos de vista que compartilhamos. Não posso existir sem você, você é minha afinidade, o “pendent” intelectual para mim, minha alma gêmea. Não posso impedir isso! Nem você!...
Mitya, nós devemos. Deus sabe que já esperamos bastante! Algo vai partir em meu cérebro se esperarmos mais tempo e eu direi a todos que sei que vamos fugir e o porquê. Você acha que eu vou desperdiçar mais tempo da minha preciosa juventude esperando que você reúna coragem suficiente para se libertar? Não eu!...
Quero você pra mim, quero partir com você. Devo e irei e dane-se o mundo e danem-se as conseqüências e qualquer um que tenha escolha melhor para si que ouse se tornar obstáculo em meu caminho

Carta de Virginia Woolf para Vita Sackville



52,tAVISTOCK sQUARE
19 DE NOVEMBRO DE 1926

É quase um milagre-a tua discrição-,uma carta dentro de outra. Dar-te-ei uma resposta assim qu e te vir_no que diz respeito ao convite-, entenda-se. Sibyl fez-me tantas dores de cabeça, Deus meu!E como é aborrecido eu não ser capaz de queixar-me senão a ti. Estou pregada numa poltrona. Mas não é nada grave:se to digo, é apenas para que te compadeças de mim, para invocar tua proteção, para te implorar que inventes um meio qualquer de impedir as pessoas de debicar na mina vida:Sir Arthue, Dadie um logo a seguir o outro. Por que será que eu tenho sempre de infligir-te isto a ti?. Trata-se sem dúvida, de uma necessidade de ordem psicológica: uma dessas coisas ditadas pelo instinto, no decorrer de uma relação íntima. Esta dor que eu tenho nas costas tira-me toda a minha coragem; se estivestes no meu lugar, sei que serias heróica. Mas também não sinto o menor desejo de passar o resto de minha existência em Rodmell com Mrs. Bartholomew (a mulher a dias), ao pé de mim.
É uma mulher mundana, essa Sibyl Colefax, de uma espécie que me é, por assim dizer, desconhecida. Os nossos valores são diferentes. A amizade, sem falar de intimidade, são impossíveis. Apesar disso, eu respeito-a, admiro-a, até. Não deixei um só instante de perguntar amim própria por que é que ela teria vindo: parecia-me tão pouco à vontade, embora mantendo-se totalmente indiferente, indício revelador de que nunca lhe dizem a verdade. Tudo tocou de passagem, sofismando, minimizando as coisas, constantemente transigindo; e, no entanto, no fundo, ela é boa e generosa. É curioso que alguém como eu, tão dotado para a intimidade, acabe por ficar completamente desconcertado.
O que tu não queres compreender, mulazinha de West que tu és, é que um dia te cansaras de mim (afinal, sou muitíssimo mais velha do que tu) e que, desde já, me é necessário tomar algumas pequenas precauções; é efetivamente por isso que prefiro, a partir de agora, principiar a estabelecer as minhas recordações, em vez de viver apenas o momento presente. Mas a mina mulazinha de West certamente sabe que, mais do que ninguém, fez ruir as minhas defesas. Não há, dentro de ti, algo indefinido? Não sei, qualquer coisa em ti, uma vibração que não se produz? Pode ser que seja um ato de vontade, porque tú nunca te abandonas; sempre o constatei quando estás comigo; qualquer coisa de secreto, de som abafado, Deus sabe o que tal poderá ser. E, no entanto, pensa nesse 19 de novembro e compara ao do ano passado: tens de admitir que há uma diferença. Isso vê-se também no escreves, seja dito de passagem. Aquilo que eu chamo atransparencia central falta, por vezes, em ti. Farei um sermão sobre este assunto em Long Barn ... O meu problema é que, minha anatomia, há uns tantos centímetros, mesmo no cimo, que são particularmente e terrivelmente sensíveis. Querida mulazinha de West, virás à Hogarth, as 14h 30m, realmente? ... Como será doce: estender-me-ei no sofá, e far-me-ei amimar por ti. A dor já quase me passou. A Irene foi mais carinhosa do que eu? Deixa-me dizer-te algo algo espantoso. Dei comigo a pensar na morte com uma curiosidade intensa. E, todavia, se há uma coisa de que eu tenha a certeza, é de que somos mortais. Mas, então, por que ter esta impressão de que a morte será algo de... apaixonante, de positivo, de ativo?

Tua V.W.
P.S.
Chegaram as tuas flores;elas são como tú, adoráveis, crepusculares, torturadas, apaixonadas. Acabei de tomar o pequeno almoço, e sinto-me muito melhor; depois reli a minha carta, e tive vergonha de tanto egoismo: quase que sinto vontade de rasgá-la, mas já não tenho tempo de escrever outra. E o sermão que te prego nõa é gentil. Mas, também, eis ao que se arriscam aqueles que vêm atacar esta pobre Virgínia, e Grizzle. Mordem imediatamente.


Poema dedicado À Vita Sackville

SAUDADE

Viver sem ti é impossível
Insuportável a separação
Tamanha é a dor que me acomete
Agora só resta a recordação

Sentada fico a esperar
Ansiosa à te buscar
Corra de volta para a minha vida
Kero-te mais que uma amiga
Volta para os meus braços
Irradiante em tua poesia
Linda mulher que embriaga
Louca donzela que desafia
Enternecida me amarra em seus laços.

Montanha Russa




Montanha-Russa é você ter certeza de que a paixão é o único sentimento que justifica a existência do ser humano e, depois na primeira decepção, não ter a menor dúvida de que tudo não passa de baboseira literária para enganar os trouxas. Vou andar de Montanha-Russa e correr o risco de comprimir minha coluna vertebral a troco de quê? Sofro e me divirto aqui no chão mesmo.


Martha Medeiros

Caixinha de música


"Uma vitória louca, uma vitória doente. Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a ultima gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio."

Caio. F

segunda-feira, 14 de março de 2011

“Eu sou mais forte do que eu” (assim como escreveu Clarice Lispector) e apesar do meu corpo fraquejar, minha alma não desiste da esperança, porque ela sabe que a felicidade não é algo que se busca, mas que está presente nas pequenas coisas do nosso dia-a-dia. E por isto mesmo eu sigo sorrindo, mesmo que às vezes eu chore. E eu choro. Mas estou sorrindo agora.
Sim, eu sou estranha, mas querem saber? Eu gosto muito de mim!”

- Ana Jácomo.